16.1.16

SÓ PENSANDO...MAIS PERGUNTAS QUE RESPOSTAS




Respeito é bom e todo mundo gosta. Certo? É, parece que sim! Pelo menos a imperativa: “me respeite” é intensamente ouvida por aí. Pois é...mas o que significa isso-respeitar? Parece óbvio, mas, como o óbvio é resultado de um intenso pensar sobre algo, até que não reste qualquer dúvida, o que parece óbvio nem sempre o é.








Respeito tem sua origem no latim, respectus, que significava olhar outra vez; atenção.

Seu atual emprego vai desde ser uma forma de veneração, de prestar culto ou homenagear alguém, como pode implicar uma forma de submissão e temor, assim como significa não discriminar ou ofender outra pessoa por causa de sua forma de ser, pensar ou viver. Ou seja, há uma gama ampla de significação a ser observada.

Vou então pela via da significação original: olhar outra vez. Afinal por que razão se olharia outra vez? Na verdade, parece-me, porque nada nem ninguém é respeitável por si só, não é atávico. Quem nos diz o que ou quem é digno de respeito? É algo natural, espontâneo? Ou nos é ensinado? Ou imposto? Mas, se é imposto, é respeito? Ou medo? Pode-se exigir respeito? Com base em que parâmetros?

Olhar outra vez...observar com atenção. Sim, me parece um bom conselho...porém, o meu olhar observa o mesmo que outros olhares procuram? O que eu acredito digno de respeito é o mesmo que o outro considera? Como se estabelece isso?




Na verdade, não se pode exigir, sequer pedir a alguém que nos respeite. O processo é totalmente inverso, isto é, tudo tem que partir de mim, pois se me respeito, se minhas atitudes estão em conformidade com o que minha consciência considera justo e correto; se meu modo de agir reflete essa postura; se acredito convictamente que minhas ações obedecem a valores realmente considerados básicos para uma convivência saudável com os outros, se...Dá pra entender? Resumindo: é fundamental construir-se como alguém respeitável aos próprios olhos.



Claro que, como disse acima, não poderemos garantir que seremos considerados pelo mundo como pessoas dignas de respeito em função das imensas variáveis que isso envolve, mas estaremos melhor conosco e (quem sabe?), ao nos olharem outra vez, algumas pessoas passem a nos respeitar também.

                                                                                          Texto de Rosa Maria Ferrão- janeiro/2016

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